O site Zenit publicou
uma notícia nesta terça-feira (26 de março de 2013) informando que uma
adolescente de quinze anos, vítima de violência sexual, foi condenada a 100
chicotadas em público nas Ilhas Maldivas.
Segundo Zenit, o padrasto da jovem é
acusado de estuprá-las durante anos, e de assassinar o bebê provindo de seus
abusos. No entanto, a justiça definiu que ela é quem deve ser chicoteada por
ter mantido “relações sexuais antes do matrimônio” com um homem que nem sequer
foi identificado.
Um fato importante é que o presidente
Waheed das Ilhas Maldivas, já está sob uma grande pressão internacional, e a
campanha visa forçá-lo a salvar a menina e a mudar a lei para impedir que
outras vítimas sofram este castigo cruel. “É assim que podemos acabar com a
guerra contra as mulheres: levantando a nossa voz sempre que aconteçam
atrocidades como essa”, dizem os promotores da campanha.
O turismo é a principal fonte de renda
das Ilhas Maldivas: “Vamos juntar um milhão de vozes nesta petição ao
Presidente Waheed esta semana, e depois ameacemos a reputação das Ilhas com
propagandas chocantes na internet e em revistas especializadas em turismo até
que intervenha para salvá-la e abolir essa lei hedionda”, afirma a organização
Avaaz.
As Maldivas são um paraíso para os
turistas. Mas para as mulheres do país, pode ser um verdadeiro inferno. Sob
severas interpretações da lei islâmica (Sharia), as mulheres e as crianças são
normalmente punidas com chibatadas ou prisões domiciliares se são consideradas
culpadas de sexo extraconjugal ou adultério. Quase sempre são as mulheres que
são punidas, não os criminosos. Uma em cada três mulheres com idade entre 15 e
49 anos de idade já sofreram abuso físico ou sexual, enquanto que nos últimos três
anos nenhum estuprador foi preso.
“Vencer esta batalha pode ajudar as
mulheres em todo o mundo, já que o governo das Maldivas é um candidato a um
cargo elevado no Conselho de Direitos Humanos da ONU, justamente numa
plataforma para os direitos das mulheres. O protesto internacional já obrigou o
presidente Waheed a recorrer da sentença contra a jovem de 15 anos. Mas isso
não é o suficiente. Os extremistas do seu país o forçarão a abandonar as
reformas se a atenção internacional desaparece. Digamos para as Maldivas que
estão correndo o risco de perder a sua reputação como destino turístico
romântico caso não mudem as suas atitudes e leis sobre as mulheres “, diz esta
organização cidadã.